11 de nov. de 2009

RECEITA DE MULHER (Vinícius de Morais)

As muito feias que me perdoem Mas beleza é fundamental. É preciso Que haja qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture Em tudo isso (ou então Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República [Popular Chinesa). Não há meio-termo possível. É preciso Qu tudo isso seja belo. É preciso que súbito Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da [aurora. É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso Que tudo seja belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas Lembrem um verso de Eluard e que se acaricie nuns braços Alguma coisa além da carne: que se os toque Como ao âmbar de uma tarde. Ah, deixai-e dizer-vos Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca Fresca (nunca úmida!) e também de extrema pertinência. É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas No enlaçar de uma cintura semovente. Gravíssimo é, porém, o problema das saboneteiras: uma mulher sem [saboneteiras É como um rio sem pontes. Indispensável Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida A mulher se alteie em cálice, e que seus seios Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de 5 velas. Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal! Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de coxas] E que elas sejam lisaslisas como a pétala e cobertas de suavíssima [penugem No entanto, sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!) Preferíveis sem dúvida os pescoços longos De forma que a cabeça dê por vezes a impressão De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca [inferior A 37° centígrados podendo eventualmente provocar queimaduras Do 1° grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro da paixão Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros. Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que, se se fechar os olhos Ao abri-los ela não mais estará presente Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer [beber O fel da dúvida. Oh, sobretudo Que ele não perca nunca, não importa em que mundo Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre O impossível perfume; e destile sempre O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.



ALUNA: ADRIANA GABINIO (9ºD)

Vinicius de Morais - GAROTA DE IPANEMA

Olha que coisa mais linda

Mais cheia de graça

É ela menina

Que vem e que passa

Num doce balanço

A caminho do mar



Moça do corpo dourado

Do sol de lpanema

O seu balançado é mais que um poema

É a coisa mais linda que eu já vi passar



Ah, por que estou tão sozinho?

Ah, por que tudo é tão triste?

Ah, a beleza que existe

A beleza que não é só minha

Que também passa sozinha



Ah, se ela soubesse

Que quando ela passa

O mundo inteirinho se enche de graça

E fica mais lindo

Por causa do amor

ALUNA: ADRIANA GABINIO

Vinicius de Moraes - Eu Sei Que Vou Te Amar

Eu sei que vou te amar

Por toda a minha vida eu vou te amar

A cada despedida eu vou te amar

Desesperadamente

Eu sei que vou te amar



E cada verso meu será pra te dizer

Que eu sei que vou te amar

Por toda a minha vida



Eu Sei que vou chorar

A cada ausência tua eu vou chorar

,Mas cada volta Tua há de apagar

O que essa ausência tua me causou



Eu sei que vou sofrer

A eterna desventura de viver a espera

De viver ao lado teu

Por Toda a minha vida.

ALUNA: ADRIANA GABINIO

Vinicius de Morais

Vamos continuar discutindo sobre poetas? Que tal Vinícius de Morais?

Antes, um pouco de sua história de vida...


Vinicius nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista amador, e Lidia Cruz, pianista amadora. Vinícius é o segundo de quatro filhos, Lygia (1911), Laetitia (1916) e Helius (1918). Mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, onde já demonstrava interesse em escrever poesias.[3] Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a Ilha do Governador, ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, no Botafogo, para terminar o curso primário. [4]

Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos depois, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se apresentar em festas de amigos.[5] Em 1929, concluiu o ginásio e no ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje integrada à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Na chamada "Faculdade do Catete", conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.

Três anos depois, obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde. Dois anos depois, Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal "A Manhã". Tornou-se também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no Instituto dos Bancários.

No ano seguinte, foi reprovado em seu primeiro concurso para o Ministério das Relações Exteriores (MRE). No ano seguinte, concorreu novamente e desta vez foi aprovado. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.

Além da carreira diplomática, de onde atuou até o final de 1968, Vinicius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro "Orfeu da Conceição", em 25 de setembro de 1956. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu Tom Jobim (um de seus grandes parceiros) -, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas. Na década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime.

Nos anos 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, Vinicius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.
Na noite de
8 de julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum "Arca de Noé", Vinicius alegou cansaço e que precisava tomar um banho. Na madrugada do dia 9 de julho, Vinicius foi acordado pela empregada, que o encontrara na banheira de casa, com dificuldades para respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinicius de Moraes morreria pela manhã.

fonte: www.wikipedia.com.br


ALUNA: ADRIANA GABINIO

DICIONÁRIO DE INFORMÁTICA

DICIONÁRIO DE INFORMÁTICA

Aluna: Adriana Gabinio (9º D)

1) DOWNLOAD

Definição formal: é a transferência de dados de um computador remoto para um computador local.

Minha definição: é ter acesso a um arquivo, programa ou documento transferido para um computador.

Utilidade: Serve para baixar ou transferir dados ou arquivos para seu próprio computador.

Aplicação: Aplica-se a todos os computadores.

2) Shareware

Definição formal: é uma modalidade de distribuição de
software em que você pode copiá-lo, distribuí-lo sem restrições e usá-lo experimentalmente por um determinado período.

Minha definição: é uma condiçao dada por determinado programa em que se pode testá-lo para baixar posteriormente.


Utilidade: Tem o objetivo do usuário testar um programa.

Aplicação: Aplica-se a diferentes programas disponíveis para download online, variando de acordo com os termos de tal.

3) CD-ROM

Definição formal: É a sigla para Compact Disc - Read Only Memory, disco compacto que armazena texto, imagem, vídeo e som, e que não podem ser regravados

Minha definição: É um cd para armazenamento de dados.


Utilidade: Tem a função de armazenar dado ou qualquer arquivo determinado pelo usuário.

Aplicação: É dado a partir da transferência de dados do computador.

4) PC (Personal Computer)

Definição formal: é um
computador de pequeno porte e baixo custo, que se destina ao uso pessoal ou para uso de um pequeno grupo de indivíduos.

Minha definição: Computador para uso pessoal.


Utilidade: Usado para toda e qualquer função disponível a partir de suas configurações.

Aplicação: Varia de acordo com o usuário.

5) IP (Internet Protocol)

Definição formal: Protocolo responsável pelo roteamento de pacotes entre dois sistemas que utilizam a família de protocolos TCP/IP.

Minha definição: É um número que indica onde o computador (rede de internet) está localizado.


Utilidade: Saber a localizaçao de um computador.

Aplicação: Aplica-se a todos os computadores ligados a rede de internet.


fontes: www.wikipedia.com.br

http://dicionario.babylon.com

27 de set. de 2009

Sandra

Maria Aparecida porque apareceu na vida

Maria Sebastiana porque Deus fez tão bonita

Maria de Lurdes, porque me pediu uma canção pra ela

Carmensita sussurrou seja benvindo no meu ouvido

Na primeira noite quando nós chegamos no hospício

E Lair, Lair porque quis me ver e foi lá no hospício

Salete fez chafé que é um chá de café que eu gosto

E naquela semana tomar chafé foi um vício

Andréia na estréia, no segundo dia, meus laços de fita

Cíntia porque embora choque Rosa é cor bonita

E Ana porque parece uma cigana da ilha

Dulcina porque é santa, é uma santa e me beijou na boca

Azul porque azul é cor e cor é fé menina

Eu sou tão inseguro porque o muro é muito alto

E pra dar um salto me amarro na torre no alto da montanha

Amarradão na torre dá pra ir por mundo inteiro

E onde quer que eu vá no mundo eu vejo a minha torre

É só balançar que a corda me leva de volta pra ela

oh sandra




De volta ao Brasil, em 1975 Gil grava Refazenda, um dos mais importantes trabalhos que, ao lado de Refavela, gravado após uma viagem ao continente africano, e Realce, formariam uma trilogia RE. Refavela traria a canção Sandra, onde, de forma metafórica, Gil falaria sobre a experiência de ter sido preso por porte de drogas durante um excursão ao sul do país e ter sido condenado à permanência em manicômio judiciário, ou conforme denominação eufemística, casa de custódia e tratamento, entretanto designada por Gil como hospício.


Letra da música : www.vagalume.com.br
Texto : www.wikipédia.com.br

-Tairla Aragão

Doces Bárbaros

Doces Bárbaros é o nome de um grupo de MPB dos anos 70 formado por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. O grupo surgiu para comemorar os 10 anos de carreira solo dos seus componentes, que pretendiam além de realizar shows, gravar um disco ao vivo e registrar tudo em um documentário.
Como grupo, Doces Bárbaros pode ser descrito como uma típica banda hippie dos anos 70, mas sua característica marcante é a brasilidade e o regionalismo baiano, naturalidade de todos os integrantes.
O disco de 1976 é considerado por muitos uma obra-prima da música brasileira, mas, curiosamente, na época do lançamento, foi duramente criticado.
Idealizada por Maria Bethânia, a banda interpretou composições de Caetano e Gil, fora algumas canções de outros compositores como Fé cega, faca amolada de Milton Nascimento e o clássico popular Atiraste uma pedra, de Herivelto Martins.
Inicialmente o disco LP seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções Esotérico, Chuckberry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.
Na época da turnê, Gilberto Gil foi preso em Florianópolis por porte de drogas, fato que acabou sendo registrado no documentário Doces Bárbaros, dirigido por Jom Tob Azulay.
Depois disso já foi feito outro filme comemorativo, DVD, enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994 com a canção Atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu (paráfrase da música Atrás do trio elétrico, lançada por Caetano em 1969), já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, fizeram espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra.

Fonte: www.wikipédia.com.br

-Tairla Aragão

24 de set. de 2009

Doningo no parque

O rei da brincadeira
Ê, José!
O rei da confusão
Ê, João!
Um trabalhava na feira
Ê, José!
Outro na construção
Ê, João!...

A semana passada
No fim da semana
João resolveu não brigar
No domingo de tarde
Saiu apressado
E não foi prá Ribeira jogar
Capoeira!
Não foi prá lá
Pra Ribeira, foi namorar...

O José como sempre
No fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo
Um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio...

Foi no parque
Que ele avistou
Juliana
Foi que ele viu
Foi que ele viu Juliana na roda com João
Uma rosa e um sorvete na mão
Juliana seu sonho, uma ilusão
Juliana e o amigo João...

O espinho da rosa feriu Zé
(Feriu Zé!) (Feriu Zé!)
E o sorvete gelou seu coração
O sorvete e a rosa
Ô, José!
A rosa e o sorvete
Ô, José!
Foi dançando no peito
Ô, José!
Do José brincalhão
Ô, José!...

O sorvete e a rosa
Ô, José!
A rosa e o sorvete
Ô, José!
Oi girando na mente
Ô, José!
Do José brincalhão
Ô, José!...

Juliana girando
Oi girando!
Oi, na roda gigante
Oi, girando!
Oi, na roda gigante
Oi, girando!
O amigo João (João)...

O sorvete é morango
É vermelho!
Oi, girando e a rosa
É vermelha!
Oi girando, girando
É vermelha!
Oi, girando, girando...

Olha a faca! (Olha a faca!)
Olha o sangue na mão
Ê, José!
Juliana no chão
Ê, José!
Outro corpo caído
Ê, José!
Seu amigo João
Ê, José!...

Amanhã não tem feira
Ê, José!
Não tem mais construção
Ê, João!
Não tem mais brincadeira
Ê, José!
Não tem mais confusão
Ê, João!...

Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!...

Domingo no Parque é uma canção de Gilberto Gil, lançada em 1967. Trata-se de uma música narrativa, que conta a história de dois rapazes amigos: um deles é José, o rei da brincadeira, e o outro João, o rei da confusão. No fim de semana, ambos foram fazer o que sabiam: divertir-se e brigar, respectivamente. Mas João não ia brigar, quando viu uma moça - Juliana - no parque de diversões e se apaixona, mas é tomado de raiva quando vê Juliana com João, sendo tomado pelo ciúme e cometendo um duplo homicídio passional, levando ao anticlímax final.

A música é riquíssima em figuras de linguagem, como as metonímias, anáforas e quiasmos.

(fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Domingo_no_parque_(canção))

-Ruan Teixeira

20 de set. de 2009

Geléia Geral

Um poeta desfolha a bandeira
E a manhã tropical se inicia
Resplandente, cadente, fagueira
Num calor girassol com alegria
Na geléia geral brasileira
Que o Jornal do Brasil anuncia

Ê, bumba-yê-yê-boi
Ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê
É a mesma dança, meu boi

A alegria é a prova dos nove
E a tristeza é teu porto seguro
Minha terra é onde o sol é mais limpo
E Mangueira é onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva-selvagem
Pindorama, país do futuro

Ê, bumba-yê-yê-boi
Ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê
É a mesma dança, meu boi

É a mesma dança na sala
No Canecão, na TV
E quem não dança não fala
Assiste a tudo e se cala
Não vê no meio da sala
As relíquias do Brasil:
Doce mulata malvada
Um LP de Sinatra
Maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano
Superpoder de paisano
Formiplac e céu de anil
Três destaques da Portela
Carne-seca na janela
Alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade
Hospitaleira amizade
Brutalidade jardim

Ê, bumba-yê-yê-boi
Ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê
É a mesma dança, meu boi

Plurialva, contente e brejeira
Miss linda Brasil diz "bom dia"
E outra moça também, Carolina
Da janela examina a folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos
E a saúde que o olhar irradia

Ê, bumba-yê-yê-boi
Ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê
É a mesma dança, meu boi

Um poeta desfolha a bandeira
E eu me sinto melhor colorido
Pego um jato, viajo, arrebento
Com o roteiro do sexto sentido
Voz do morro, pilão de concreto
Tropicália, bananas ao vento

Ê, bumba-yê-yê-boi
Ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê
É a mesma dança, meu boi

Fonte : www.vagalume.com.br

Tairla Aragão

15 de set. de 2009

Gilberto Gil - Biografia



Gilberto Gil tem um papel fundamental no processo constante de modernização da Musica Popular Brasileira. Na cena há 46 anos, ele tem desenvolvido uma das mais relevantes e reconhecidas carreiras como cantor, compositor e guitarrista. Gilberto Gil tem tido seus álbuns lançados mundo a fora, desde 1978, o ano do sucesso de sua performance no "Montreux Jazz Festival", na Suíça , gravado ao vivo.Todo ano ele viaja em excursão para a Europa, Américas e Oriente com sua música contagiante, com forte tendência rítmica e riqueza melódica, em uma mistura assim como é a mistura de povos.Ritmos do nordeste do Brasil como o baião, samba e bossa-nova foram fundamentais na sua formação. Usando essas influências como um ponto inicial, Gil formulou sua própria música, incorporando rock, reggae, funk e ritmos da Bahia, como o afoxé.A obra musical de Gilberto Gil abrange uma ampla dimensão e variedade de ritmos e questões em suas composições, pertinentes a realidade e a modernidade; da desigualdade social às questões raciais, da cultura Africana à Oriental, da ciência à religião, entre muitos outros temas. A abrangência e profundidade nos diferentes temas de sua obra musical, são qualidades específicas deste artista, fazendo de Gilberto Gil, um dos melhores e mais importantes compositores musicais brasileiros.A importância de Gilberto Gil na cultura de seu país vem desde os anos 60, quando ele e Caetano Veloso criaram o Tropicalismo. Radicalmente inovativo no cenário musical, o movimento assimilou a cultura pop aos gêneros nacionais; profundamente crítica nos níveis políticos e morais, o tropicalismo finalizou sendo reprimido pelo regime autoritário militar.Gilberto Gil e Caetano Veloso foram exilados de seu país, indo para Londres.Por seu engajamento sempre criativo em levar para o mundo o coração e a alma da música brasileira, Gilberto Gil tem sido contemplado por diversas entidades e personalidades e tem recebido muitos prêmios no Brasil e no exterior.






Fonte:

Texto - http://www.gilbertogil.com.br/
Imagem - http://www.google.com.br/

-Tairla Aragão

14 de set. de 2009

CÉREBRO ELETRÔNICO

O cérebro eletrônico faz tudo
Faz quase tudo
Faz quase tudo
Mas ele é mudo

O cérebro eletrônico comanda
Manda e desmanda
Ele é quem manda
Mas ele não anda

Só eu posso pensar
Se Deus existe
Só eu
Só eu posso chorar
Quando estou triste
Só eu
Eu cá com meus botões
De carne e osso
Eu falo e ouço.Hum

Eu penso e posso
Eu posso decidir
Se vivo ou morro por que
Porque sou vivo
Vivo pra cachorro e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
No meu caminho inevitável para a morte
Porque sou vivo
Sou muito vivo e sei

Que a morte é nosso impulso primitivo e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
Com seus botões de ferro e seus
Olhos de vidro

-Adriana Gabinio

7 de set. de 2009

Aquele abraço


Aquele Abraço é uma canção do cantor e compositor Gilberto Gil composta em 1969 que homenageia pessoas e figuras cotidianas do Rio de Janeiro além de ser um deboche ao quartel militar localizado no bairro de Realengo, onde foi preso durante a Ditadura. O "abraço" descrito nesta música remete aos braços do Cristo Redentor que abençoa toda a cidade. Gil escreveu a música durante seu exílio em Londres, e simboliza também, sua chegada novamente ao Rio, após o exílio.



O Rio de Janeiro

Continua lindo

O Rio de Janeiro

Continua sendo

O Rio de Janeiro

Fevereiro e março...

Alô, alô, Realengo

Aquele Abraço!

Alô torcida do Flamengo

Aquele abraço!...(2x)

Chacrinha continua

Balançando a pança

E buzinando a moça

E comandando a massa

E continua dando

As ordens no terreiro...

Alô, alô, seu Chacrinha

Velho guerreiro

Alô, alô, Terezinha

Rio de Janeiro

Alô, alô, seu Chacrinha

Velho palhaço

Alô, alô, Terezinha

Aquele Abraço!...

Alô moça da favela

Aquele Abraço!

Todo mundo da Portela

Aquele Abraço!

Todo mês de fevereiro

Aquele passo!

Alô Banda de Ipanema

Aquele Abraço!...

Meu caminho pelo mundo

Eu mesmo traço

A Bahia já me deu

Régua e compasso

Quem sabe de mim sou eu

Aquele Abraço!

Prá você que meu esqueceu

Ruuummm!

Aquele Abraço!

Alô Rio de Janeiro

Aquele Abraço!

Todo o povo brasileiro

Aquele Abraço!...

(...)


-Ruan Teixeira

29 de ago. de 2009

CÁLICE (Gilberto Gil/Chico Buarque)

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumanoQ
ue é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

Essa música, composta por Gil e Buarque é cheia de duplos sentidos e metáforas. A começar pelo título: "Cálice" (que na verdade quer dizer "cale-se") refere-se claramente, de uma maneira mesmo que subjetivada à censura da arte.

O 1º VERSO: O pedido ao "Pai" - a Deus - de afastar o "cálice", deve ser lido como uma súplica aos céus pelo fim da censura, "de vinho tinto e sangue" (marcado pela violência).

O 2º VERSO: Trata da dor de ter que engolir toda a repressão de idéias; Refere-se à angústia causada por não poder viver e falar seus sentimentos; Por fim, questiona não ser filho de "uma realidade menos morta" (questiona não ser filho de uma ignorância) - que lhe traria menos dor. ("Tanta mentira, tanta força bruta");

O 3º VERSO: Fala da dificuldade de permanecer calado, de ter que ficar vendo os fatos acontecerem da arquibancada.

O 4º VERSO: Cansado e frustrado, mesmo com boa vontade, sabe que não vai adiantar falar só pra si. Ele sabe que não vai alcançar o pensamento "dos bêbados do centro da cidade" (dos embriagados pela política).

O ÚLTIMO VERSO: Desiludido, ele quer perder de vez a cabeça e júizo, fumar, beber, e esquecer a dor

-Adriana Gabinio

28 de ago. de 2009

Perseguição

Durante o período ditatorial no Brasil foi criada a Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), para censurar a arte e derivações. Todas as músicas deveriam passar por essa divisão antes de passar a circular em meio público.

Alguns representantes da MPB eram vistos como "inimigos do sistema", antes mesmo do período em que a arte passou a ser censurada no país (AI-5, 1968), entre eles Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Ambos irreverentíssimos tropicalistas baianos estavam mais inclunados na contestação social (contracultura) do que na contestação do regime militar. Mas os militares não souberam identificar esta diferença, perseguindo Caetano Veloso e Gilberto Gil pela irreverência constrangedora que causavam.

Na época da prisão dos dois cantores, em dezembro de 1968, os militares tinham de concreto contra eles, a acusação de que tinham desrespeitado o Hino Nacional, cantando-o aos moldes do tropicalismo na boate Sucata, e uma ação que queria mover um grupo de católicos fervorosos, ofendidos pela gravação do “Hino do Senhor do Bonfim” (Petion de Vilar – João Antônio Wanderley), no álbum “Tropicália ou Panis et Circenses” (1968). Juntou-se a isto a provocação de Caetano Veloso na antevéspera do natal de 1968, ao cantar “Noite Feliz” no programa de televisão “Divino Maravilhoso”, apontando uma arma na cabeça. O resultado foi a prisão e o exílio dos dois baianos em Londres, de 1969 a 1972.
(Ref.: http://virtualiaomanifesto.blogspot.com/2008/07/msica-e-censura-da-ditadura-militar.html)

Adriana Gabinio

12 de ago. de 2009

A Ditadura

A partir da época da ditadura, é preciso olhar pra Gilberto do outra forma:
Não diferente de muitos que se pode citar, até antes de 67, ele se destacava como ótimo compositor e excelente intéprete. Mas ao unir esse talento com a vontade e rebeldia em tempos de Regime Militar, Gilberto passou não só a expressar o sentimento de uma nação jovem, mas a distribuir idéias de autonomia e liberdade para quem quisesser (ou conseguisse) ouvi-lo.

Além de fazer isso, ao se juntar com outros artistas - Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethania- nasce o TROPICALISMO.

(Por: Adriana Gabinio)

Nascimento e Juventude

Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em Salvador e passou a infância em Ituaçu, no interior da Bahia, onde começou a se interessar pela música ouvindo Orlando Silva e Luiz Gonzaga.
Aos 9 anos, mudou-se para Salvador e começou a aprender acordeom. Aos 18 anos, formou o conjunto "Os Desafinados". No fim dos anos 1950, influenciado por João Gilberto, passou a tocar violão.
Durante a faculdade de administração de empresas, conheceu a música erudita contemporânea. Em 1962, gravou o seu primeiro compacto solo e conheceu Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. No ano seguinte, com Tom Zé integrando o grupo, fizeram o show "Nós, Por Exemplo", no Teatro Vila Velha, em Salvador. (Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u414.jhtm)

( Eugenia, Thereza; 1972- Gilberto Gil)



-Adriana Gabinio